A comunidade acadêmica da Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Uerj comemora a criação de um espaço cultural no campus, onde se pode apreciar gratuitamente as obras expostas para visitação. Inaugurada em março com a Ocupação Jefferson Medeiros, a Galeria de Artes Visuais da instituição tem garantido a ampliação do acesso à cultura de alunos, professores e técnicos administrativos da Universidade e também da população de São Gonçalo. 

“É necessário ter uma compreensão de que a cultura é descentralizada. Ela não precisa e não deve ficar só no Maracanã ou numa relação que não existe mais entre o centro e periferia”, destaca Alexandre Sá, diretor do Departamento Cultural (Decult) da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PR3) da Uerj. 

Já o diretor da FFP, Maximiliano Gomes Torres, ressalta que a educação precisa ir além do currículo e oferecer também um capital cultural e artístico. “Por se tratar de uma faculdade de formação de professores, a criação de um espaço de exposição de arte se mostra fundamental em todo o processo formativo de nossos alunos”, declara.

Além de atender a comunidade acadêmica, o novo espaço é aberto à visitação do público de São Gonçalo, uma cidade carente de núcleos culturais. “A galeria contribui para reforçar a vocação da FFP como polo científico e cultural de São Gonçalo, na medida em que amplia a atuação extramuros da Universidade, alcançando artistas e público geral da região”, explica Giovanna Giffoni, professora de Teoria Literária e Literatura Brasileira, que atua como ponto focal no espaço.

Galeria teve boa aceitação da comunidade acadêmica

Visitantes da exposição “Esqueleto: algo de concreto”

A mostra “Esqueleto: algo de concreto”, inaugurada no dia 20 março, marca o início da visitação à galeria, contando com três obras de Jefferson Medeiros, artista da região e um dos grandes expoentes da cena contemporânea brasileira. “A visitação tem sido constante e reiterada, especialmente por parte da comunidade interna. No dia da abertura, houve a presença de 300 pessoas, aproximadamente, entre estudantes, professores, funcionários e público externo”, comenta Giovanna. 

A professora lembra que a galeria foi construída na entrada da FFP, um local de passagem de muitas pessoas, o que tem como consequência transformações culturais, sociais, pedagógicas, simbólicas e afetivas. “Esse posicionamento fortalece a relação de pertencimento da comunidade universitária com a faculdade e certamente do público externo com a Universidade e com a própria cidade”, reflete.

A professora comenta que a ampliação da visibilidade de artistas de São Gonçalo está no escopo de atividades previstas para os próximos meses: “Seguiremos demandas institucionais e projetos expositivos já em curso, mas também estão previstas chamadas públicas regulares, com edital de seleção de artistas, coletivos e curadores e seus respectivos projetos para a agenda dos próximos anos” conclui.