A Uerj perdeu uma das pioneiras na formação de profissionais de educação inclusiva. Faleceu no dia 6 de dezembro a professora Leila Regina d´Oliveira de Paula Nunes, responsável pela criação do Laboratório de Tecnologia Assistiva e Comunicação Alternativa (Lateca). Desde 1995, o grupo liderado por ela no Programa de Pós-graduação em Educação (ProPEd) vem se dedicando sistematicamente ao ensino e à pesquisa sobre a linguagem e a comunicação de pessoas com deficiência, em especial, aquelas com paralisia cerebral, autismo, deficiência intelectual severa, deficiência múltipla e surdocegueira.
Instalado inicialmente em uma pequena sala do ProPEd, o Lateca foi remodelado em 2009 e reequipado com modernos instrumentos de Tecnologia Assistiva, por meio de financiamento da Faperj. A partir de 2014, um novo espaço foi organizado para atendimento educacional especializado de alunos com deficiências diversas. A “Sala do Amanhã”, situada no 12º andar, 12.117 – bloco F, tem acolhido pesquisadores em reuniões semanais.
Nas últimas décadas, foram conduzidos mais de 20 projetos de pesquisa financiados por agências de fomento. Também foram orientadas mais de 60 dissertações de mestrado e teses de doutorado, mais de 60 monografias de conclusão de curso, além de três projetos de pós-doutorado e outros trabalhos, totalizando mais de 300 produções.
Profissionais de pedagogia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e psicopedagogia formam a equipe. Além das disciplinas para turmas de graduação e pós-graduação, os docentes e pesquisadores organizam diversos projetos científicos, publicações, congressos, eventos, página no instagram e vídeos para o canal no Youtube. Também prestam consultorias para secretarias governamentais e outras instituições de ensino.
Leila Nunes dedicou mais de meio século à luta pela inclusão de pessoas com deficiência. Suas contribuições científicas foram reconhecidas com diversos títulos e prêmios. Desde 2017, a Faculdade de Educação nomeou uma sala em sua homenagem.
“Em nossa universidade, foram mais de 30 anos de pesquisas de excelência na área da Educação Especial, sempre com rigor metodológico, ético e social imensurável. Seu legado será eterno e multiplicado por muitos anos. Precisamos continuar o trabalho que ela começou”, avalia a professora Carolina Schirmer, que coordena hoje o Lateca juntamente com a professora Cátia Walter.
